Rodrigo Lombardi e Fulvio Stefanini surgem cheios de testosterona no espetáculo A Grande Volta, que estreia neste sábado (1º), no teatro Faap, em São Paulo, sob a direção de Marco Ricca. A peça fala da relação entre um pai e um filho, mas "sem ser machista em momento algum", como faz questão de ressaltar Stefanini.
Lombardi volta aos palcos após o sucesso fulminante como o indiano Raj em Caminho das Índias (Globo). Na trama escrita por Glória Perez no último ano, ele roubou a cena do então protagonista Márcio Garcia.
No teatro, o galã da próxima novela das oito, Passione, na qual viverá o executivo Mauro, se sente em casa. Afinal, novelas já fez oito, e peças, 14. Lombardi inclusive foi durante muitos anos contra-regra do grupo teatral paulistano Tapa, o que lhe deu o pé no chão que sempre deixa evidente em qualquer conversa com a imprensa.
Na peça, ele vive um personagem mais comum que Raj, mas nem por isso menos complexo. A montagem conta a história de Henrique (Lombardi), um publicitário em crise profissional e pessoal que se vê de repente com a obrigação de abrigar o pai, Boris (Stefanini), um ator veterano que tenta recuperar o prestígio do passado, em sua casa.
O texto original do belga radicado na França Serge Kribus foi traduzido para o português pelo grande mestre Paulo Autran, que planejou montar a peça, mas foi impedido pelo avanço do câncer que provocou sua morte em outubro de 2007.
Ricca recuperou o texto e bateu à porta de Lombardi, que é seu vizinho, no Rio. Depois, convidaram Stefanini, que faz questão de elogiar o trabalho feito por Autran.
- Quando o Ricca me deu para ler, fiquei apaixonado. A tradução do Paulo é excepcional, com diálogos espontâneos.
A primeira leitura foi feita na casa do produtor Germano Soares Baia, que trabalhou anos ao lado de Autran. Lombardi conta que "ficou arrepiado" assim que terminou de interpretar o texto pela primeira vez.
- Esta é uma peça masculina. Mas não fala só de assuntos masculinos. Fala de relação entre pai e filho, marido e mulher, realização profissional. Esse pai e esse filho descobrem com esse convívio imposto que são estranhamente parecidos. A testosterona é implícita no tônus dos dois personagens. A peça realmente é de uma energia masculina, mas com temas delicados. Diria que são dois jagunços na delicadeza [risos].
Serviço:
A Grande Volta
Quando: sexta, às 21h30; sábado, às 21h; domingo, às 18h
Onde: teatro Faap (r. Alagoas, 903, Higienópolis, São Paulo, SP)
Quanto: R$ 70
Informações: (11) 3662-7000; classificação 12 anos
Fonte: R7